Bart Simpson foi um grande ícone rebelde dos jovens nos anos noventa. Nessa década, em que muitas das transgressões iniciadas em anos anteriores se cristalizavam, o jovem da classe média desejava andar com seu skate pelas ruas suburbanas, passar trotes engraçados e ser o cara descolado da escola. Então, antes de ter o protagonismo da série roubado por Homer Simpson, o seu pai, Bart foi a grande estrela dos diversos produtos licenciados dos Simpsons. Isso inclui, claro, os videogames. E tivemos muitos deles!
Estreia nos videogames
Bart vs. The Space Mutants foi a estreia da série animada nos videogames, que chegou para surfar na altíssima popularidade de seus personagens. No estilo mais popular da época, a plataforma 2D com rolagem lateral, o jogo nos coloca na missão de combater os mutantes espaciais que dão título à obra. Esses alienígenas chegaram por aqui para tentar conquistar o planeta e para isso se disfarçaram de humanos. Para chegar ao seu objetivo final, eles precisam coletar objetos bem específicos e insuspeitos por toda cidade de Springfield. Mas a humanidade está num dia de sorte. O garoto-problema Bart Simpson possui os itens e as habilidades necessárias para derrotar os malvados seres do espaço: um par de óculos de raio x que detecta os não-humanos, um tubo de spray de tinta vermelha e muita, muita ousadia. E pesar que Homer achou a compra desses óculos um mau negócio. Que bobão!
E esse é o desafio de Bart vs. The Space Mutants. Você deve controlar Bart por cenários conhecidos da série detectando os alienígenas, pintando objetos roxos com seu spray e coletando alguns outros bem absurdos, como placas que indicam saída, chapéus e hastes radioativas da usina nuclear. O jogo é dividido em cinco fases, cada uma com seu objeto alvo. Ao final das quatro primeiras você enfrentará um chefe. Nesses momentos você poderá contar com a ajuda de um de seus familiares, mas, para isso, terá que “convencê-los” ao longo da fase.
Mas… tudo isso é bom? Creio que não muito.
Jogando Bart vs. The Space Mutants
Para os jogadores que estavam alucinados com a rapidez de Sonic, recém-lançado à época, ou mesmo acostumados com os jogos da série Mario, mais lento, mas repleto de momentos de ação, Bart vs. The Space Mutants era uma dose de monotonia. O jogo te limita a encontrar objetos pelo cenário, mover alguns itens, desviar de outros e encontrar a solução para prosseguir para a próxima etapa. A única, e vaga, sensação de ação está na primeira fase, com a pichação de objetos nas ruas de Springfield. Nas demais, limitadas quase que exclusivamente à coleta de itens, a tentativa de quebra da monotonia vem de fracos mini-games encontrados ao longo do percurso.

A dificuldade também é um empecilho. O jogo é mal balanceado e até quebrado em certas partes. Alguns desafios pontuais, se perdidos, comprometem a sua progressão na fase. As lutas contra os chefes também não gozam de equilíbrio, o que faz com que o auxílio de alguém da família Simpson seja quase um pré-requisito para derrotá-los. Porém, para ter esse auxílio é necessária a descoberta de alguns segredos e a realização de tarefas na fase em questão, o que também não é fácil. Sobretudo se você estiver jogando pela primeira vez e sem auxílio externo.

Algum alento vem da possibilidade do fã da franquia em poder controlar Bart por lugares conhecidos da série. Os cenários são bonitos e vivos e realmente passam a impressão de você estar passeando pela Springfield vista na série de televisão. Mas não há muito além disso. Bart vs. The Space Mutants é o típico produto licenciado de uma grande marca que não vai agradar muitos além da base de fãs mais fervorosos.
Bart vs. The Space Mutants
Desenvolvido por Arc Developments
Publicado por Acclaim
Jogado via emulador de Mega Drive
Não disponível em plataformas atuais.